sábado, 9 de janeiro de 2010

NÃO SABES QUE EMBRULHO-ME EM TEUS OLHOS


Não sabes que bebo em cálices adornados de dourado minhas lagrimas salgadas

Não sabes que embrulho-me em teus olhos( para sobreviver aos longos dias de inverno)

Não sabes que apunhalo-me com sílabas apocalípticas rompendo as fibras da minha alma
Não sabes que sangra-me a boca( que foi mordida pela saudade)
Que gelatinosas anêmonas( lembranças suas) queimam-me a pele

Não sabes Que hastes de desespero furam-me as entranhas
Que o sabor do pecado tem o gosto dos teus lábios

Não sabes que estrangulo-me em desilusões
Que sombras desenham a dor nas paredes do meu quarto
Que a loucura trajada de luz acaricia-me(demoradamente)
Que esvazio-me de mim em rituais sarcásticos
Que navego em tuas pupilas com barco a deriva (e afogo-me)

Não sabes que minha bússola só aponta em tua direção
Que laminas suaves e envenenadas (chamadas ausência) perfuram-me o corpo
Que os alvéolos do tempo sugam-me a seiva coagulada (de ti)


Não sabes que a desolação apaga a tonalidade dos meus olhos (que ao longe te fitam)
Que inspiro-te os polens dos sentidos
Que na linha da tua mão encontro o meu destino

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