sexta-feira, 25 de junho de 2010


Desculpe
mas não sou perfeita
sou uma bêbada
que se embriaga todos os dias
com garrafas cheias de luas novas
sou uma viciada
em oxigênio puro
Minto descaradamente para mim mesma
Minhas vestes são todas da cor dos meus erros e piores defeitos
nas noites de luas cheias fumo substancias proibidas feitas de superação e lutas
e no chuveiro canto um caminho cheio de pedras
com as quais construo castelos encantados
que são assombrados por fantasmas
que mantenho escondidos na minha pseudo-racionalidade

tenho chagas-pecados incrustados na pele
que sangram todos os dias
tenho pactos de sangue com a alegria
e acendo velas para a tristeza
e já abandonei-me varias e várias vezes ao relento
de mim mesma
Sou perfeitamente imperfeita
um espectro complexo de existência reclusa
uma espécie de ectoplasma perseguindo a realidade
Sou a variante de todos os meus outros eus...e não sei exatamente quantas sou
Sou a linha reta na curvas do teu peito
O traço torto

Sou belamente imperfeita
Infinitamente imperfeita
em todas as formas possíveis de ser
de fazer
de agir de pensar
de existir
e principalmente de amar

Sou uma indefinição caótica de atlântidas perdidas
Sou a tal normalidade racional
Que morre com sonhos infectados pela branca-radioativa-solidão
Desculpe mas não sou perfeita
Mas costumo ser autentica
mesmo na minha humana condição de imperfeição
Uma imperfeição crônica

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