segunda-feira, 16 de novembro de 2009

AMOR ATEMPORAL


Gravo-te
Na pupila dos meus olhos
Sob a linha tênue da imaginação
Gravo-te
No inverso e no verso da minha existência
Em manuscritos cravejados com o alfabeto do amor


Guardo-te
Em meu peito fissurado pela dor
Que te absorve como um antídoto
Como um elixir

Faço retrato de ti
Em um quadro dourado nas falácias da minha memória
Com tinta tirada da minha aorta

Cravo-te
Em minha pele como um estigma eterno
Com laminas que trespassam meu pulmão
Misturando-te a minha respiração

Leio-te


Em profundidade oceânica
Tuas palavras fazem germinar rosas em meu peito
Tuas silabas calcificadas pela maresia
Coincidem com meu destino

Emolduro os teus olhos
Com corais e safiras
Com ouro e diamantes
E os guardo a sete chaves
Em meus sonhos esfíngicos
Fecundados por luas cheias

Faço em minhas veias, injeções diárias
Com ampolas cheias de suas palavras
Cheias de suas mãos
Cheias de tua língua
Ampolas cheias de você

Guardo-te nas incógnitas dos meus versos
Nas palavras indecifráveis e não ditas
Na minha voz tremida
No meu mais lindo vestido
Nos meus cabelos negros
Em meus lábios vermelhos

Guardo-te no meu rosto cálido mastigado pela saudade

Guardo-te no meu mundo atemporal (e lá amo-te)


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