sábado, 9 de janeiro de 2010

BEBA-ME (SÃO AS GOTAS DA MINHA LOUCURA)

Evoco-te
Em um altar feito de ouro e solidão
Enfeitado de velas esculpidas de lágrimas

Recolho-te os traços em potes abstratos, secretos
Disseco-te o coração num ritual benigno
E guardo-o em minhas entranhas com cadeado invisível

Saboreio a doçura de sua pele
Com boca de algodão doce
E acaricio-te o sexo com mãos ausentes
E pouso-te em meu corpo
Murmurando-te em minhas veias
Inventando-te num lirismo absurdo e impalpável

Lácteos elixires desprendem se do meu corpo (fragmentos do meu desejo)
E os ofereço (a ti) em taças sagradas
Beba-me (são as gotas da minha loucura)
Sorva-me (a seiva que te ofereço te pertence)...

Sangro-me (com punhal do amor)e a caligrafia das minhas veias te escreve nas tuas entranhas a dor que sinto na saudade que tenho em mim
Nas vazias noites (de ti)

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