segunda-feira, 31 de maio de 2010

INVEJO-TE


Eu invejo o sabor de teus cálices cheios de loucura tão sábia misturada com liquefeitos destinos onde talhas caminhos em mármore divino de tuas mãos; um fino artista.
Invejo-te as mãos que arrancam as ervas daninhas que plantaram em teu peito,drenas a alma ,faz sangria,plantas o fruto inconseqüente e diz ser amor

Invejo como persegues a luz das velas que tremulam o fluxo e o refluxo de emoções e teus lábios que lambem a margens molhadas de orvalho que cai do salivar doce do teu jeito agudo de ver o mundo ;as hóstias que se cravaram no céu da tua boca ardem flores fervidas no delírio das artérias e mesmo assim ventas nas searas os beijos que não deu...invejo-te por isso

Invejo-te a coragem em desarmar bombas nos precipícios sem escapatória de cicatrizes velhas rasgadas por chumbo surreal de dramas que ricocheteiam ,amputando as pernas do teu coração que costuraste então asas com as quais agora voas sem limites ,beirando as estrelas.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

BORDEI-ME AO MEU SILÊNCIO



Eu bordei ao silencio expectativas e dois destinos que sangram metros de fios que fiam tecidos-abismos que recobrem minhas léguas de mundos desnudos vincados de ti .A vida fez dobras nas promessas e tingiu meus velhos mares de fúria desconcertante que chega assim como ecos pragmáticos que costuram paginas perdidas de historias insones no véu do tempo e cosem vestidos com linhas azuis impossíveis na colcha de retalhos cá dentro do peito.

Eu bordei ao silencio bilhões de solidões que ardem nos desfeitos em pontos em cruz abertos nas veias para lá sepultar o vazio que descola da minha pele

Eu bordei ao silencio meu sangue que cai como chuva melodiosa que ninguém mais ouve.
Eu bordei ao silencio o grito mudo de dolorosos partos que arrancaram-me o útero
Bordei ao silêncio meu oxigênio... o último fôlego.
Bordei-me ao silencio... pedaço por pedaço...

ILUSÕES


Como são belas as ilusões. Elas dizem que esta tudo bem, falam que somos felizes assim, INFELIZES
Elas nos cantam cantigas de ninar peçonhentas que envenenam as nuvens que cultivamos no peito. Convencem-nos a sorrir flores e pássaros verdes que morrem afogadas todos os dias no jardim dos olhos pelas lagrimas que não admitem tanta mentira. Transformam-nos em bonecos de pano recheada de trapos velhos com um sorriso costurado na boca.
Ilusões,Verdadeiros prostibulos de sonhos que se perdem no ar. Que recobrem a realidade com um véu de ignorância aprendida, talvez em casa ou no dia a dia, ou na igreja... e essas tolas almas acreditam piamente que são felizes assim,mentindo pra si mesmas,emoldurando lamentos e tristezas em quadros cor de rosa e pendurando-os nas paredes do coração com pregos feitos de dor.pássaros cativos em plumagens de cetim desencantado.Dentro dos escombros respiram anos anteriores de cinzas mornas de asas feridas ,suas asas feridas...
Perderam o mapa da verdade. Estão no golgota da sua sina que grita ecos coagulados de felicidade morta que bebem em belos cálices adornados de ouro. São goles e goles de infelicidade e falsidade misturada com vida.

sábado, 22 de maio de 2010

ESCREVENDO UM QUADRO



Vertigem na parede no chão e alma ... Sentada esta em sua fragilidade, enrolada num manto marrom-tristeza que lhe realça a complexidade do olhar que vai além tela. Pensamentos e olhos borrados compõem esse vazio que estampa-lhe o rosto de traços brancos e finos . Numa imagem que mostra que existem sentimentos tão amplos que nem a arte nem as palavras conseguem abranger.Imagem na cor-dor.