
Arrependo-me de mim por ser mulher de aço, aço barato que quebra fácil; cato os cacos passo iodo remendo-me e fico novamente,
parecendo mulher...de aço
Arrependo-me de mim que só sei oferecer-te minhas lascas de carne abandonadas as cruzes e pregos , lágrimas de cristal,dentes grandes cerrados e seios pequenos contidos num peito tão grande ;de grandes desilusões;grandes marcas ;grandes lutas
Arrependo-me de mim ,em roupagens de ingênuos enganos que estão como abismos disfarçado em belas flores ,nas margens da minha saia de carne crua
Arrependo-me do meu rosto onde as mascaras de gaze preta volúvel se enraizaram na face,roubaram minha identidade ,e não deixam ser o que posso;não sei mais identificar-me, a mim ,a ti,a ninguém...
Arrependo-me do meu orgulho que cai sobre meus ombros como cascatas de pedras. desequilibrando meus passos,que me fazem cair cair para fora de mim
Arrependo-me desse costume de cavar minha cova rasa e depois morrer para não ver a minha covardia roendo as paredes dos ossos do oficio e fazer caveira minhas vaidades e verdades
Arrependo-me de mim, por deixar testamento sem baú de tesouros ,de algum lucro nem apólice,só um inventario de cicatrizes
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